UFC 99 - Análise
Se a entrega dos lutadores puder ser considerada forma de medir o sucesso de um evento de artes marciais mistas, então por certo que o combate principal do UFC 99 deixou os adeptos na Alemanha e em todo o mundo plenamente satisfeitos. Wanderlei Silva e Rich Franklin deram tudo o que tinham em cima do octógono, e embora os juízes tenham atribuído a vitória por decisão unânime ao norte-americano, o apoio do público alemão deixou bem claro que o brasileiro é o campeão do povo.
Nesta luta com limite de peso colocado nos 88,5 kg, Franklin começou por ser o mais acutilante dos lutadores, embora sem conseguir ganhar grande ascendente. Silva respondeu agarrando a perna de Franklin na sequência de um pontapé e logrando o takedown. O lutador de Curitiba procurou então desferir alguns golpes a partir da guarda do adversário, sem contudo causar estragos. A pouco menos de um minuto do final do primeiro assalto Franklin conseguiu levantar-se e, na sequência de uma tentativa de guilhotina do brasileiro, viu-se de súbito na guarda de Wanderlei. Aqui Franklin foi mais efectivo que Silva havia sido, conectando vários golpes ao rosto e conseguindo até uma montada completa. Wanderlei ainda conseguiu voltar a ficar em pé antes do final do assalto, porém a sua cara apresentava já bastantes marcas e a sua respiração acusava o cansaço que sentia.
No segundo assalto Franklin parecia começar a superiorizar-se a Wanderlei, porém uma combinação do brasileiro atingiu o alvo e fez abanar os joelhos do lutador do Ohio. Daí até ao final do assalto foi Silva a procurar finalizar a contenda, mas Franklin logrou restabelecer-se e evitar males maiores. Nesta altura Wanderlei já estava exausto, e terá sido por isso que não foi capaz de ser mais incisivo quando o norte-americano acusou os golpes sofridos.
No terceiro e último assalto foi Silva a tomar a iniciativa, chegando até a pedir por duas vezes o apoio do público (recebendo ovações estrondosas dos adeptos germânicos), e parecia estar a conseguir levar a água ao seu moinho quando a cerca de trinta segundos do final foi agarrado por Franklin e sofreu o takedown. Depois de um primeiro assalto mais favorável a Franklin e de um segundo mais a pender para Silva, este takedown poderia fazer a diferença na forma como os juízes encarariam o terceiro assalto, e o próprio Silva pareceu prever isso mesmo, esboçando um esgar de desagrado quando se viu no tapete. Terminada a contenda os três juízes atribuíram o triunfo a Franklin, que assim voltou à senda das vitórias. Já Wanderlei, com cinco derrotas nos últimos seis combates, pode-se orgulhar de ter feito um excelente combate e já veio pedir a Dana White e a Rich Franklin que lhe dêem a desforra. Depois de um primeiro duelo tão emocionante, por certo que ninguém se importará de ver estes dois atletas defrontarem-se de novo muito em breve.
Para lá de Wanderlei, houve outra lenda do Pride a subir ao octógono em Colónia: o croata Mirko "Cro Cop" Filipovic. Depois de uma passagem inicial sem brilho pela UFC, somando uma vitória e duas derrotas, Mirko teve contra Mostapha Al-turk a oportunidade de se redimir. Apesar de nos primeiros minutos o croata se limitar a controlar os acontecimentos, sem procurar desferir golpes, cedo ficou aparente que Mostapha não estava à altura de "Cro Cop". O lutador inglês parecia algo receoso de Mirko, desferindo golpes e tentativas de takedown que o adversário evitava facilmente. Quando Al-turk começou a mostrar cansaço foi a vez de "Cro Cop" tomar a iniciativa, desferindo uma série de murros que derrubou Mostapha. Mirko desferiu alguns golpes a partir da guarda do seu oponente e levantou-se novamente, a fim de retomar o combate em pé. Todavia a contenda não durou muito mais, dado que logo a seguir Mirko aparou um murro com a mão aberta e os seus dedos acabaram por tocar nos olhos de Mostapha, sem que o árbitro se apercebesse e desse tempo ao atleta para recuperar. Vendo Al-turk aparentemente a acusar a troca de golpes, "Cro Cop" não se fez rogado e partiu para cima do adversário, obrigando o árbitro a interromper o combate e a dar a vitória por TKO ao croata.
Ainda assim, mais do que a vitória em si, ou o acidente que a precipitou, a participação de Mirko no UFC 99 está a ser falada sobretudo por ter sido aparentemente a última do lutador croata no octógono. É que supostamente "Cro Cop" terá já assinado um contrato com a organização japonesa Dream, o que provocou algumas expressões de desagrado ao sempre eloquente Dana White, o presidente da UFC. Depois de ter garantido que queria lutar pelo cinto de pesos pesados da UFC, este aparente volte-face está a causar grande celeuma no mundo das MMA.
Quem está também a ser muito falado é Cain Velasquez, o lutador norte-americano de ascendência mexicana que continua invicto, depois de ter desancado autenticamente o perigoso kickboxer francês Cheick Kongo. Apesar de ter acusado golpes sofridos no início do primeiro e segundo assaltos, Velasquez conseguiu sempre levar o adversário para o chão e aplicar-lhe ground and pound em doses generosas. Com mais esta prestação impressionante, começam a ser muitas as vozes que o apontam como futuro candidato ao título de pesos pesados da UFC. Será que para isso terá de enfrentar Shane Carwin, também ele invicto e saído de uma vitória notável por TKO contra Gabriel Gonzaga? A isso só o futuro - e Dana White - poderá responder.
Nesta luta com limite de peso colocado nos 88,5 kg, Franklin começou por ser o mais acutilante dos lutadores, embora sem conseguir ganhar grande ascendente. Silva respondeu agarrando a perna de Franklin na sequência de um pontapé e logrando o takedown. O lutador de Curitiba procurou então desferir alguns golpes a partir da guarda do adversário, sem contudo causar estragos. A pouco menos de um minuto do final do primeiro assalto Franklin conseguiu levantar-se e, na sequência de uma tentativa de guilhotina do brasileiro, viu-se de súbito na guarda de Wanderlei. Aqui Franklin foi mais efectivo que Silva havia sido, conectando vários golpes ao rosto e conseguindo até uma montada completa. Wanderlei ainda conseguiu voltar a ficar em pé antes do final do assalto, porém a sua cara apresentava já bastantes marcas e a sua respiração acusava o cansaço que sentia.
No segundo assalto Franklin parecia começar a superiorizar-se a Wanderlei, porém uma combinação do brasileiro atingiu o alvo e fez abanar os joelhos do lutador do Ohio. Daí até ao final do assalto foi Silva a procurar finalizar a contenda, mas Franklin logrou restabelecer-se e evitar males maiores. Nesta altura Wanderlei já estava exausto, e terá sido por isso que não foi capaz de ser mais incisivo quando o norte-americano acusou os golpes sofridos.
No terceiro e último assalto foi Silva a tomar a iniciativa, chegando até a pedir por duas vezes o apoio do público (recebendo ovações estrondosas dos adeptos germânicos), e parecia estar a conseguir levar a água ao seu moinho quando a cerca de trinta segundos do final foi agarrado por Franklin e sofreu o takedown. Depois de um primeiro assalto mais favorável a Franklin e de um segundo mais a pender para Silva, este takedown poderia fazer a diferença na forma como os juízes encarariam o terceiro assalto, e o próprio Silva pareceu prever isso mesmo, esboçando um esgar de desagrado quando se viu no tapete. Terminada a contenda os três juízes atribuíram o triunfo a Franklin, que assim voltou à senda das vitórias. Já Wanderlei, com cinco derrotas nos últimos seis combates, pode-se orgulhar de ter feito um excelente combate e já veio pedir a Dana White e a Rich Franklin que lhe dêem a desforra. Depois de um primeiro duelo tão emocionante, por certo que ninguém se importará de ver estes dois atletas defrontarem-se de novo muito em breve.
Para lá de Wanderlei, houve outra lenda do Pride a subir ao octógono em Colónia: o croata Mirko "Cro Cop" Filipovic. Depois de uma passagem inicial sem brilho pela UFC, somando uma vitória e duas derrotas, Mirko teve contra Mostapha Al-turk a oportunidade de se redimir. Apesar de nos primeiros minutos o croata se limitar a controlar os acontecimentos, sem procurar desferir golpes, cedo ficou aparente que Mostapha não estava à altura de "Cro Cop". O lutador inglês parecia algo receoso de Mirko, desferindo golpes e tentativas de takedown que o adversário evitava facilmente. Quando Al-turk começou a mostrar cansaço foi a vez de "Cro Cop" tomar a iniciativa, desferindo uma série de murros que derrubou Mostapha. Mirko desferiu alguns golpes a partir da guarda do seu oponente e levantou-se novamente, a fim de retomar o combate em pé. Todavia a contenda não durou muito mais, dado que logo a seguir Mirko aparou um murro com a mão aberta e os seus dedos acabaram por tocar nos olhos de Mostapha, sem que o árbitro se apercebesse e desse tempo ao atleta para recuperar. Vendo Al-turk aparentemente a acusar a troca de golpes, "Cro Cop" não se fez rogado e partiu para cima do adversário, obrigando o árbitro a interromper o combate e a dar a vitória por TKO ao croata.
Ainda assim, mais do que a vitória em si, ou o acidente que a precipitou, a participação de Mirko no UFC 99 está a ser falada sobretudo por ter sido aparentemente a última do lutador croata no octógono. É que supostamente "Cro Cop" terá já assinado um contrato com a organização japonesa Dream, o que provocou algumas expressões de desagrado ao sempre eloquente Dana White, o presidente da UFC. Depois de ter garantido que queria lutar pelo cinto de pesos pesados da UFC, este aparente volte-face está a causar grande celeuma no mundo das MMA.
Quem está também a ser muito falado é Cain Velasquez, o lutador norte-americano de ascendência mexicana que continua invicto, depois de ter desancado autenticamente o perigoso kickboxer francês Cheick Kongo. Apesar de ter acusado golpes sofridos no início do primeiro e segundo assaltos, Velasquez conseguiu sempre levar o adversário para o chão e aplicar-lhe ground and pound em doses generosas. Com mais esta prestação impressionante, começam a ser muitas as vozes que o apontam como futuro candidato ao título de pesos pesados da UFC. Será que para isso terá de enfrentar Shane Carwin, também ele invicto e saído de uma vitória notável por TKO contra Gabriel Gonzaga? A isso só o futuro - e Dana White - poderá responder.
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