terça-feira, 9 de março de 2010

UFC 110: Nogueira vs. Velasquez - Análise

Wanderlei Silva e Mirko "Cro Cop" triunfaram no UFC 110

O UFC 110 assinalou a primeira vez que a organização americana realizou um evento na Austrália, e o êxito foi tanto que o presidente Dana White já prometeu regressar uma vez por ano. A noite marcou o regresso às vitórias de Mirko "Cro Cop" e Wanderlei Silva, dois dos lutadores mais populares de sempre no Japão. Já outra ex-estrela da Pride, o antigo campeão de pesos pesados António Rodrigo Nogueira, apercebeu-se da pior maneira que já não tem a capacidade de encaixe de outrora.

Mirko "Cro Cop" conquistou uma vitória fácil sobre Anthony Perosh

Mirko estava agendado para enfrentar Ben Rothwell, todavia este último teve de abandonar à última da hora por problemas físicos e foi substituído por Anthony Perosh, um homem da casa com um registo de 10 vitórias e 5 derrotas. O croata já não é o mesmo lutador que despertava um pânico entre os lutadores nipónicos só comparável a um novo ataque de Godzilla, contudo dificilmente poderia desejar um adversário mais fácil do que Perosh. O australiano, que poucos dias antes nem sonharia participar neste evento, apresentou um jogo de pé completamente nulo, limitando-se a fugir de Filipovic enquanto esboçava tentativas de takedown que eram facilmente anuladas pelo croata. Perosh conseguiu aguentar assim até perto do final do segundo assalto, porém nessa altura "Cro Cop" desferiu uma cotovelada tremenda que imediatamente abriu um corte enorme no australiano. O sangue começou a brotar de tal forma que até Mirko se afastou para que Perosh pudesse ser examinado, mas este último preferiu continuar o combate. Felizmente faltavam poucos segundos para o final do assalto, e no intervalo o médico voltou a observar o golpe e decidiu que o australiano não tinha possibilidades de continuar a luta.

Wanderlei Silva venceu Michael Bisping por decisão unânime

Wanderlei Silva estreou-se na categoria de pesos médios da UFC (até 84kg) contra o inglês Michael Bisping. Silva, como é seu apanágio, tinha prometido violência, todavia acabou por ter uma abordagem mais calculista. Bisping também procurou surpreender, insistindo nos takedowns e conseguindo assim vantagem aos olhos dos juízes no primeiro assalto. O segundo foi equilibrado, contudo perto do final o brasileiro aproveitou um takedown de Bisping para lhe aplicar uma guilhotina que fez levantar o público das cadeiras. O assalto estava no fim e o inglês conseguiu resistir os segundos finais até à buzina, mas tendo estado tão perto da vitória os juízes consideraram que Silva tinha vencido o round. O terceiro assalto foi em tudo semelhante, com Wanderlei e Bisping a não conseguirem ganhar ascendente claro, até que nos segundos finais Silva derrubou o adversário e castigou-o com ground and pound. Mais uma vez não houve tempo para ver se o inglês conseguiria resistir ao ataque do brasileiro, porém na altura da decisão os juízes não tiveram dúvidas em atribuir o primeiro assalto a Bisping e os restantes dois a Silva, com a antiga estrela da Pride a somar assim mais uma vitória.

Cain Velasquez dominou "Minotauro" Nogueira

No combate principal da noite, António Rodrigo "Minotauro" Nogueira mostrou que o ditado de água mole em pedra dura também se aplica a queixos. Após anos a ser conhecido tanto por um jiu-jitsu fantástico como por uma capacidade aparentemente infindável de absorver golpes, Nogueira parece ter finalmente esgotado a sua mítica invulnerabilidade. Depois de Frank Mir ter infligido o primeiro TKO da carreira ao brasileiro, desta feita foi o invicto Cain Velasquez a fazê-lo, e de forma absolutamente incontestável. Ainda na primeira metade do assalto inicial o norte-americano aplicou uma combinação esquerda-direita que atingiu o alvo em cheio e que deixou "Minotauro" completamente fora de combate.

Mirko "Cro Cop" Filipovic, Wanderlei Silva e António Rodrigo Nogueira saberão que em breve chegará a altura de terminarem as suas carreiras e darem lugar a uma nova geração de campeões, porém os fãs esperam que amanhã não seja ainda a véspera desse dia. Até lá, estas três lendas continuarão a subir ao octógono para dar tudo o que têm, independentemente de terem ou não o braço levantado pelo árbitro no final. Não é teimosia, é uma questão de orgulho.

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